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CEPABrasil novo

“Não recordo exatamente a data, mas deve ter sido em fins de 2002 ou início de 2003. Na época, eu exercia meu primeiro mandato na presidência da CEPA (2000 A 2004). Tínhamos ido visitar a Cynthya Michelin Locatelli, Delegada da CEPA em Itajaí, SC. Além de nossa anfitriã, estavam na sala da aprazível residência da Cynthya, situada no alto de um morro, nos arredores daquela linda cidade do litoral catarinense, minha esposa, Sílvia, mais as Delegadas da CEPA, Margarida da Silva Nunes (Florianópolis, SC) e Maria Cristina Zaina (Curitiba, PR).

Falávamos sobre a crescente aceitação, no Brasil, das propostas da CEPA , desde que, na gestão anterior, presidida por Jon Aizpúrua (Venezuela), aqui se passara a divulgar, em caráter nacional, uma visão livre-pensadora, laica e progressista de espiritismo, com firmes bases no pensamento kardecista.

Naquela conversa informal, lembrei que, em alguns anos mais, seguindo a tradição do rodízio entre os países que compunham a CEPA, sua administração deixaria o Brasil. Meu mandato expiraria em 2004, embora eu viesse a ser reeleito, posteriormente, para outro período que finalizou em 2008, quando a administração transferiu-se para a Argentina, presidida pelo amigo Dante López.

De qualquer sorte, recordei, na ocasião, que, uma vez não estando mais aqui a presidência da CEPA, poderia ocorrer de se dispersar o grupo de companheiros que havíamos reunido no Brasil em torno da CEPA, desde o Congresso de Buenos Aires (1996), quando, por força do trabalho de divulgação feito por Jon, em nosso país, havíamos reunido cerca de 80 brasileiros que, tendo participado do Congresso ou o acompanhado à distância, se haviam comprometido, a partir daquele evento, com o trabalho da CEPA em território brasileiro. Seguiu-se a isso o Congresso de Porto Alegre (2000), no qual, com minha eleição à presidência, e a consequente transferência da sede da CEPA para o Brasil, se criaram melhores condições de expansão de nosso pensamento no Brasil.

Mas, não poderíamos deixar que, no futuro, a presença da CEPA e de sua visão de espiritismo se diluísse, pela falta de um organismo minimamente estruturado, que congregasse os cepeanos e organizasse eventos de caráter nacional. Por isso mesmo, consultei aquelas amigas sobre o que pensavam acerca da formação de uma entidade, com sede no Brasil, que reunisse não instituições, como o fazia a CEPA, então Confederação Espírita Pan-Americana, mas pessoas comprometidas com o ideário cepeano.

Foi então que, naquele pequeno grupo, surgiu a ideia da formação de uma associação civil, reunindo pessoas físicas, uma espécie de “associação de amigos da CEPA”. Esse foi o embrião da “Associação de Delegados e Amigos da CEPA no Brasil”, que, em seus primeiros anos, foi conhecida justamente pela sigla CEPAmigos, depois substituída por CEPABrasil.

A ideia, nascida assim, de maneira informal, foi levada à discussão em uma reunião do Conselho Executivo da CEPA que realizamos em Porto Alegre, na sede do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre – CCEPA, no dia 5 de abril de 2003. Na ata lavrada daquela reunião, pelo então Secretário Administrativo da CEPA, Salomão Jacob Benchaya, constou a decisão que transcrevemos abaixo:

A ideia de se criar, no Brasil, uma entidade que congregue os principais colaboradores e amigos da CEPA, com o objetivo de, além de permitir a confraternização e a organização de eventos em solo brasileiro, foi aceita pelo Conselho Executivo que autorizou o prosseguimento dos estudos iniciais, sob a responsabilidade de Cynthia Michelin Locatelli, Maria Cristina Zaina e Nícia Cunha, com a assessoria jurídica de Saulo Albach’.

E foi assim que, em outubro daquele mesmo ano de 2003, nascia oficialmente a Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA”.

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