A perda da consciência na reencarnação

jerry almeida

Na reunião anual da CEPAMIGOS, realizada de 26 a 28 de setembro, em Itapecerica da Serra - SP, foi discutido o tema Consciência. Apresentei o tema “Perda da Consciência na Reencarnação”. Abaixo um resumo dos assuntos tratados:

Podemos definir racionalmente a reencarnação, como ciclos naturais de maturação mental, criação de valores morais e definição de um caráter básico, constantemente em transformação, até, num ponto qualquer do caminho, tornar-se uma característica permanente de ser, num ser permanente, imortal.

Todavia, a apresentação racional, consciente, do processo só é paulatinamente compreendida e sentida.

PROCESSO REENCARNATÓRIO

A reencarnação se dá numa conjugação de energias mento-físicas.

Sob o ponto de vista do Espírito, é um hiato corporal que começa com a fecundação do óvulo, e a formação fetal, sem a necessidade do concurso do Espírito.

O desencadeamento do processo reprodutivo produz, além das transformações orgânicas, um fenômeno natural de ordem magnético-afetiva. A psicosfera da mulher se magnetiza, se expande e cria uma atmosfera , um ambiente de atração e condicionamento de natureza agregadora que envolve e, sob certa forma, aprisiona o Espírito reencarnante.

Nesse caso, há como que um funil que atrai o reencarnante ao clima mental materno alterado pela fecundação da maternidade.

Atraído a esse “funil energético”, o reencarnante é submetido a um processo de desestruturação da consciência e, simultaneamente começa a influir, através da mente materna, na formação do feto, sem contudo, estar a ele ligado diretamente.

O SONO pré-reencarnatório

Nos nove meses antes do nascimento, o Espírito se submete a um processo de desestruturação. É o espaço para preparar o Espírito para a nova existência e se caracteriza:

  1. pela dissolução do perispírito;

  2. pela alteração progressiva das funções mentais, com a perda da consciência de si mesmo;

  3. retroação dos mecanismos de lembrança, numa espécie de amnésia.

Podemos figurar a perda da consciência de si mesmo, como uma espécie de anestesia progressiva, uma dormência abrangente, dominadora, um sono profundo, quase mortal. Do qual só despertará ao nascer, mas então, não se lembrará de nada.

O começo da volta

A reencarnação começa quando o feto se transforma, pelo parto, numa criança.

Nas horas iniciais do nascimento, o Espírito praticamente não atua, porque as reações são meramente reflexivas, instintivas. A dependência psicológica e corporal é total.

A consciência de si mesmo é nula. Praticamente nos primeiros meses após o nascimento só se exprimem os mecanismos afetivos, pois será através deles que o aprendizado inicial será feito, na relação com a mãe. Os mecanismos da inteligência serão paulatinamente desenvolvidos dependendo dos recursos cerebrais e dos estímulos externos.

Ligação Espírito e corpo

Não sabemos como se dá a ligação final entre o Espírito e o corpo infantil. Mas podemos especular que, na transição do parto, mobilizam-se recursos energéticos automáticos, próprios do processo, que estabelecem a ligação instantânea da mente do Espírito ao cérebro da criança.

Essa ligação poderia ser um tipo de sinapse entre os filamentos energéticos do corpo mental e os terminais do cosmo cerebral. As funções dos neurotransmissores no organismo seriam substituídas, nessa hipotética sinapse, por fluxos de vontade e sinalizadores de recepção mental, através dos impulsos nervosos do organismo.

Só assim, podemos visualizar como o Espírito pode ser simultaneamente agregado firmemente ao corpo e manter sua independência. Os laços são elásticos e permanecem ligados mesmo na eventual ausência do Espírito, por ondas mentais e nervosas recíprocas.

Os mecanismos mnêmicos reproduzirão automaticamente um perispírito adequado à nova condição física. Podemos dizer que esse perispírito só terá dimensões visíveis mais tarde, porque o bebê propriamente dito, provavelmente não terá um perispírito, mas um corpo vital, um duplo etérico. O perispírito se desenvolverá com o desenvolvimento corporal.

Uma nova pessoa

A vida corpórea então segue o ritmo biossocial esperado, com as alterações de ordem pessoal, inicia a criação de uma personalidade que lhe caracterizará na encarnação atual. Será assim em cada encarnação, de modo a ajustar seu caráter permanente, às novas condições ambientais em que se localiza. Essa personalidade será, pois, uma mistura do acervo evolutivo adquirido e que lhe caracteriza intimamente o exato sentido de ser, com os subsídios genéticos, afetivos, ambientais e temporais em que se encontra.

Então não será o mesmo, sendo ele mesmo.

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